quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Wulf and Eadwacer


Wulf and Eadwacer é um poema anglo-saxônico, famoso por sua difícil interpretação. Ele foi encontrado dentro do Livro de Exeter (Exeter Book), datado do século X, e tem sofrido diferentes classificações no que concerne seu estilo. Atualmente, consideram-no uma elegia (poesia de aspecto fúnebre). No entanto, historicamente, ele já foi considerado uma charada (riddle), assim como uma balada (obra musical narrativa).

Uma das complexidades desta obra deve-se à problemática do gênero, especialmente no que se refere ao seu conteúdo narrativo. Devido a sua similaridade temática ao poema The Wife's LamentWulf and Eadwacer foi classificado pelos acadêmicos modernos como pertencente ao gênero Frauenlied (canção de eu lírico feminino, que lamenta pelo parceiro).

Apesar de controvérsias (conferir: The Earliest English Poems, Michael Alexander, 1992), a interpretação mais convencional do poema refere-se a uma elegia de um eu lírico feminino anônimo, que se envolveu com dois homens, cujos nomes constituem o título do poema.

A mulher evocada pelo eu lírico do poema aparenta estar ligada a dois homens ao mesmo tempo, tanto emocionalmente quanto sexualmente. Uma das interpretações defende que ela está aprisionada em uma ilha por Eadwacer, enquanto Wulf (seu amante ou marido) se encontra exilado, provavelmente sendo caçado pelo povo da mulher que anseia pelo seu retorno. Outra teoria defende que Eadwacer seria seu marido legítimo, enquanto Wulf seria um foragido ou um membro de uma tribo hostil. De qualquer maneira, o casal que se ama (isto é, a mulher e Wulf) está separado um do outro, e Wulf não pode retornar devido às ameaças constantes. Tomada por Eadwacer, a mulher mantém relações com ele, mesmo amando outro. Apesar de provocar-lhe prazer, ela não considera o ato digno, visto que ele não é o homem que ela ama: "Whenever the warrior bold in battle encompassed me with his arms. / To me it was pleasure in that, it was also painful". Lamentando-se profundamente sobre essa condição, ela anseia pelo retorno aos braços de seu parceiro. Ao final do poema, ela faz referência a uma criança, a qual é levada por um lobo a uma floresta. Não se sabe quem é o pai (Wulf ou Eadwacer), mas, ao que tudo indica, ela planeja entregar a criança a Wulf, dado que ela alega a Eadwacer que um lobo levou seu filho (daí o jogo de palavras: wulf = lobo; Wulf = nome do homem amado). Ao fazer isso, a mulher sabe que sua união a Eadwacer será destruída.



Para ouvir o poema sendo recitado em anglo-saxão, clique no link:








Abaixo, segue um vídeo baseado no poema, que foi premiado na Machinima Expo 2012:





Versão original do poema em anglo-saxão:






Versão traduzida em inglês moderno:


It is to my people as if someone gave them a gift.
They want to kill him, if he comes with a troop.
It is different for us.
Wulf is on one island I on another.
That island, surrounded by fens, is secure.
There on the island are bloodthirsty men.
They want to kill him, if he comes with a troop.
It is different for us.
I thought of my Wulf with far-wandering hopes,
Whenever it was rainy weather, and I sat tearfully,
Whenever the warrior bold in battle encompassed me with his arms.
To me it was pleasure in that, it was also painful.
Wulf, my Wulf, my hopes for you have caused
My sickness, your infrequent visits,
A mourning spirit, not at all a lack of food.
Do you hear, Eadwacer? A wolf is carrying
our wretched whelp to the forest,
that one easily sunders which was never united:
our song together.



Fonte:



Wulf and Eadwacer

Old English Aerobics

Ancient Worlds


Saiba mais (artigos somente em inglês):


Wulf and Eadwacer: the adulterous woman reconsidered

Wulf and Eadwacer: a wen charm

The ambiguity of Wulf and Eadwacer

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Jomsvikings

A Batalha de Svolder, na qual os Jomsvikings lutaram ao lado Dinamarca contra a Noruega.
Artista: Otto Sinding.

Os Jomsvikings foram um possível clã lendário de mercenários vikings do século X e XI, os quais se dedicavam ao culto de deidades como Odin e Thor. Eles eram politeístas, mas estavam dispostos a lutar para qualquer pessoa que pudesse pagar pelo serviço, mesmo que esta fosse cristã. A lenda referente a eles aparece em algumas sagas islandesas do século XII e XIII, restando apenas 3 runestones e vários lausavísur (composição poética de 1 estrofe) que tratam de uma de suas batalhas.

De acordo com as sagas nórdicas (particularmente a Saga Jómsvíkinga, a Saga do Rei Olaf Tryggvasson e histórias encontradas no Flateyjarbók), a fortaleza dos Jomsvikings, a Jomsborg, estava localizada na costa sul do Mar Báltico (moderna Pomerânia), aproximadamente entre 960 e 1043. Devido a escassez de fontes primárias, a existência de Jomsborg ainda é discutida entre os acadêmicos.

A Saga dos Jomsvikings relata que eles selecionavam criteriosamente quem seria admitido no clã. A admissão era restrita a homens que tivessem provado seu valor entre 18 e 50 anos (houve apenas 1 exceção: um menino de 12 anos chamado Vagn Âkesson foi aceito por ter derrotado Sigvaldi Strut-Haraldsson em um combate). Para que fosse admitido, o candidato deveria realizar uma tarefa que demonstrasse sua força e coragem, geralmente assumida como um holmgang (duelo praticado entre os antigos escandinavos) com um Jomsviking.

Egill Skallagrímsson em um holmgang com Berg-Önundr.
Artista: Johannes Flintoe.

Uma vez que eram admitidos, os Jomsvikings exigiam o estrito cumprimento de um código de conduta a fim de cultivar um senso de disciplina militar entre eles. Assim, qualquer violação das regras sofreria a imediata expulsão do infrator. A cada Jomsviking caberia o dever de defender seus irmãos, bem como de vingar suas mortes, caso fosse necessário. Essa irmandade também se refletia nos lucros, pois os saques das batalhas deveriam ser igualmente distribuídos.

A ordem dos Jomsvikings parecia se sustentar por meio de um rigoroso sistema de controle. Nenhum Jomsviking seria permitido de se abster de Jomsborg por mais de 3 dias sem a permissão do clã e quaisquer blood feuds (feudos caracterizados por confrontos vingativos a fim de restaurar a honra) seriam mediados pelos líderes. O integrante era proibido tanto de falar mal de seus companheiros quanto de discutir com os mesmos. Ele também era proibido de demonstrar medo ou de fugir do confronto de um inimigo de força igual ou inferior. Nenhuma mulher ou criança podia adentrar as paredes da fortaleza e ninguém devia ser tomado como cativo. Apesar disso, não se sabe se os membros tinham permissão para se casar.

Fonte:

quarta-feira, 20 de março de 2013

The Wife's Lament


The Wife's Lament (O canto triste da esposa) trata-se de um poema anglo-saxônico composto por 53 versos. Ele foi encontrado no Exeter Book (Livro de Exeter), sendo comumente considerado como uma elegia à maneira de uma Frauenlied (subgênero de Minnesang).



Não se sabe exatamente quando foi produzido, apenas que, provavelmente, fora antes da compilação do Livro de Exeter. Ainda assim, o poema tem sido relativamente bem preservado. Sua temática tange o pesar de um eu lírico feminino, retratando seu estado de desconsolo e aflição.

A narradora transforma sua experiência desoladora em música, pois se encontra exilada de seu próprio povo e de seu marido. Solitária e já idosa, ela também se encontra condenada à pobreza em um ambiente selvagem, cercada por vizinhos hostis.


Segue o poema traduzido por R. M. Liuzza em inglês moderno:


I make this song of myself, deeply sorrowing,
my own life’s journey. I am able to tell
all the hardships I’ve suffered since I grew up,
but new or old, never worse than now –
ever I suffer the torment of my exile.
First my lord left his people
for the tumbling waves; I worried at dawn
where on earth my leader of men might be.
When I set out myself in my sorrow,
a friendless exile, to find his retainers,
that man’s kinsmen began to think
in secret that they would separate us,
so we would live far apart in the world,
most miserably, and longing seized me.
My lord commanded me to live with him here;
I had few loved ones or loyal friends
in this country, which causes me grief.
Then I found that my most fitting man
was unfortunate, filled with grief,
concealing his mind, plotting murder
with a smiling face. So often we swore
that only death could ever divide us,
nothing else – all that is changed now;
it is now as if it had never been,
our friendship. Far and near, I must
endure the hatred of my dearest one.
They forced me to live in a forest grove,
under an oak tree in an earthen cave.
This earth-hall is old, and I ache with longing;
the dales are dark, the hills too high,
harsh hedges overhung with briars,
a home without joy. Here my lord’s leaving
often fiercely seized me. There are friends on earth,
lovers living who lie in their bed,
while I walk alone in the light of dawn
under the oak-tree and through this earth-cave,
where I must sit the summer-long day;
there I can weep for all my exiles,
my many troubles; and so I may never
escape from the cares of my sorrowful mind,
nor all the longings that have seized my life.
May the young man be sad-minded
with hard heart-thoughts, yet let him have
a smiling face along with his heartache,
a crowd of constant sorrows. Let to himself
all his worldly joys belong! let him be outlawed
in a far distant land, so that my friend sits
under stone cliffs chilled by storms,
weary-minded, surrounded by water
in a sad dreary hall! My beloved will suffer
the cares of a sorrowful mind; he will remember
too often a happier home. Woe to the one
who must suffer longing for a loved one.


Segue uma análise do poema (em inglês):



Fonte:


The Wife's Lament

The Wife's Lament (Faculty Goucher)

Poema traduzido em inglês (R. M. Liuzza)

terça-feira, 12 de março de 2013

A Batalha de Hjörungavágr


File:Olav Tryggvasons saga - Uvaeret Hjoerungavaag - H. Egedius.jpg
Tempestade durante a Batalha de Hjörungavágr


A Batalha de Hjörungavágr foi uma batalha naval semi-legendária que ocorreu no final do século X entre os jarls de Lade (dinastia de governadores noruegueses) e uma invasão dinamarquesa liderada pelos Jomsvíkings (mercenários vikings dos séculos X e XI). Essa batalha teve um papel crucial no empenho de Haakon Sigurdsson para a unificação de seu poder na Noruega, visto que foram eles os vitoriosos.

Haakon Sigurdsson governava a Noruega como um vassalo do rei Harald Bluetooth (Harald, O Dente Azul) da Dinamarca. Entretanto, Haakon mostrava-se mais como um governador independente do que um vassalo propriamente dito. Ele era um fiel devoto aos deuses do panteão nórdico. Em 975, quando Harald Bluetooth tentou forçá-lo a se converter ao cristianismo, Haakon rompeu sua aliança com a Dinamarca. Então, Harald, sem o apoio de Haakon, acabou sendo derrotado pelo imperador germânico Otto II. Haakon, por sua vez, aproveitou-se da oportunidade: tirando vantagem da posição enfraquecida do rei dinamarquês, proclamou a independência da Noruega.


File:Olav Trygvasons saga - Uvaeret, Hjoerungavaag - G. Munthe.jpg
"Storm in Hjørungavåg"
Artista: Gerhard Munthe


A batalha é descrita nas sagas reais nórdicas, tais como o Heimskringla, bem como a Saga Jómsvíkinga e Gesta Danorum de Saxo Grammaticus. Saxo Grammaticus estimou que a batalha aconteceu quando Harald Bluetooth ainda era vivo. Seu período é considerado o ano de 986.

Alguns contemporâneos da poesia escáldica aludiram à batalha, incluindo os versos de Þórðr Kolbeinsson e de Tindr Hallkelsson. O evento também foi o tema de poemas e sagas posteriores. O Jómsvíkingadrápa, de Bjarni Kolbeinsson, exalta os Jomsvikings, mesmo derrotados. O Vellekla, composto pelo poeta islandês Einarr Helgason, também fala da Batalha de Hjörungavágr. Também, o Fagrskinna apresenta a história da Noruega com ênfase nas batalhas, incluindo a batalha em questão.


Fonte:

sábado, 9 de março de 2013

A Batalha de Maldon

A Batalha de Maldon no Blackwater.


A Batalha de Maldon (Battle of Maldon) é um poema anglo-saxão que evoca uma batalha ocorrida entre anglo-saxões e invasores escandinavos em 991 d.C. A data de sua produção é incerta, mas, segundo evidências linguísticas, Donald Scragg defende que o poema seja datado do final do século X ou início do XI.

O evento ocorreu quando vikings e anglo-saxões se enfrentaram no estuário do rio Blackwater, próximo de Maldon, em Essex. Os vikings haviam realizado sucessivas invasões nos portos das redondezas, estabelecendo-se em uma ilha perto da nascente do rio. Byrhtnoth, o earl (soberano) de Essex, que era também o líder da milícia inglesa, assumiu sua posição para evitar o inimigo de atravessar as terras. Todavia, como o poema relata, ele, confidencialmente, permitiu uma passagem para que a batalha ocorresse. Tal ato resultou em sua morte. Muitos defensores fugiram, mas outros membros de sua guarda resistiram e continuaram lutando até seus fins.

Blackwater (agosto 1991)

Na forma incompleta a qual o poema perdurou até os dias atuais, não há uma estruturação explícita da derrota inglesa, mas um tom austero, especialmente no famoso discurso que Byrhtwold prepara frente ao desastre, como pode ser conferido abaixo:


Then Byrhtwold spoke, old loyal retainer,

While shaking ash-spear, and shield raised aloft,
In brave battle words he commanded the charge:
"Courage shall grow keener,clearer our will,
More valiant our spirits, as our strength grows less.
Here lies our good lord, all leveled in dust
The man all marred. True kinsman will mourn
Who thinks to wend off from battle play now.
Though whitened by winters I will not away,
But lodge by my liege lord that favorite of men;
By my dear one and ring giver intend I to lie."
So,too, then did Godric, Aethelgar's child
Embolden them all, call forth to spear-play.
Death-darts he sent flying, driving the Danes;
Forged doom among Sea-Wolves scattering blows,
Falling at last.



O poeta desconhecido do período anglo-saxão tardio era, aparentemente, bem versado na poesia inglesa heroica, como a de Beowulf, ainda que não correspondesse a forma exímia deste. Ele realizou um trabalho esplêndido ao adaptar os maneirismos épicos tradicionais à sua descrição do local da batalha (até então, de importância histórica irrelevante) e dos feitos de seus contemporâneos, quando, na verdade, as forças defensoras não passavam de uma "guarda doméstica": fazendeiros inexperientes e trabalhadores consignados para a defesa local, juntos de um grupo de aristocratas que dispunham de uma tradição marcial heroica. Apesar de o poema ter um caráter aristocrático, "A Batalha de Maldon" visa objetividade, sendo ele o poema anglo-saxão que menos apresenta ornamentos literários.

Estátua de Byrhtnoth em Maldon, Essex.
Artista: John Doubleday.

Godric e seus irmãos, que, de acordo com o poema, fugiram da batalha, são representantes dos ingleses que preferiam pagar tributos em vez de confrontar os invasores em batalha. Byrhtnoth e seus vassalos, por outro lado, são a resistência tradicional, difícil de lidar. É principalmente em seus discursos e combates individuais que o poeta aplica seu estilo épico. Depois que Byrhtnoth é morto, seus companheiros leais discursam expressando a ética heroica, cada um a seu modo.

Lápide de Byrhtnoth


Fonte:


The Battle of Maldon (inglês)

Poema traduzido em prosa portuguesa por Elton Medeiros

Poema em anglo-saxão com notas (em inglês)

Poema traduzido (anglo-saxão para inglês) por Wilfrid Berridge

The Battle of Maldon (prosa inglesa)

Sobre a Batalha de Maldon (inglês)


Sugestão de leitura:



Cooper, Janet (ed.), The Battle of Maldon: Fiction and Fact (Hambledon 1991)

Hart, Cyril, The Danelaw (Hambledon 1992), pp.533-551

Scragg, Donald (ed.), The Battle of Maldon AD991 (Blackwell 1991)

sábado, 5 de janeiro de 2013

Styrbjarnar þáttr Svíakappa

Styrbjarnar þáttr Svíakappa [O conto de Styrbjörn, O Campeão Sueco] é um conto (þáttr, como são  chamados os contos islandeses durante os séculos XIII e XIV) que trata de dois monarcas suecos, entre eles Styrbjörn the Strong [Styrbjörn, O Forte]. O conto está conservado no Flateyjarbók e, provavelmente, é uma versão condensada de uma saga que fora perdida.

Juntamente com o Hróa þáttr heimska [O Conto de Roi, O Tolo], o conto de Styrbjörn está inserido na descrição do cortejo de Olaf Haraldsson (rei Olaf II da Noruega, 1015-1028) à princesa sueca Ingegerd Olofsdotter (também conhecida como Irene e Anna de Kiev). Seus conteúdos parecem retratar a corte sueca e suas tradições, bem como as gerações de Þorgnýr the Lawspeaker [Þorgnýr, O Recitador da Lei].




Princesa Ingegerd Olofsdotter



Na história, o reino da Suécia é governado pelos irmãos Olaf e Eric. De repente, Olaf morre quando seu filho, Björn, ainda é uma criança. Quando Björn completa 12 anos, ele exige de seu tio Eric metade do reinado, visto que é de seu direito. Entretanto, Eric o afasta, determinando que ele espere até completar 16 anos. No decorrer do tempo, Björn, que é forte e orgulhoso, acaba se envolvendo em todo tipo de briga, matando inclusive um dos cortesões de Eric. Pelo seu espírito agressivo e sua força, ele é apelidado de Styrbjörn, O Forte.

Os fazendeiros suecos não aprovam seu comportamento e, em uma assembleia, votam para que ele não seja rei. A fim de consolá-lo e afastá-lo de vez do reinado, Eric o presenteia com 60 navios de guerra para que ele parta em viagem. Styrbjörn assim o faz, atacando e saqueando as costas do Báltico. Em seus saques, porém, ele derrota os poderosos Jomsvikings (elite de mercenários vikings), forçando-os a o aceitarem como líder.

Em seguida, Styrbjörn invade a Dinamarca. Ele não cessa as invasões até os daneses cumprirem suas ordens - entregar a princesa Thyra em casamento e assisti-lo com todo o exército em 3 grandes batalhas. Além dessas demandas, ele também ordena que o permitissem recrutar um homem de sua escolha para sua próxima campanha. Quando os daneses finalmente decidem ceder às suas investidas e concordam com as exigências, Styrbjörn seleciona o próprio rei danês, Harald Gormsson, O Dente Azul, para acompanhá-lo.

Sentindo-se enfim poderoso, Styrbjörn retorna à terra natal e ataca a Suécia com seu exército massivo, ávido para desafiar seu tio. Ele sucede, toma o trono sueco e realiza um sacrifício a Thor. Eric the Victorious [Eric, O Vitorioso], por sua vez, realiza um sacrifício a Odin, prometendo pertencer ao deus 10 anos após a vitória na guerra, caso ele ganhasse. Eric, tio de Styrbjörn, foi o primeiro rei sueco (970-995), cuja identificação histórica ainda é muito discutida devido a imprecisão documental remanescente.

No conto, Þorgnýr havia inventado uma engenhosa máquina de guerra ao amarrar cavalos e vacas junto com lanças e objetos pontudos, invenção essa que fora crucial para o exército inimigo. Quando os exércitos se chocam na Batalha de Fýrisvellir, a máquina bélica detona os Jomsvikings. Após 3 dias de batalha, Eric arremessa sua lança sobre os daneses clamando "Eu entrego todos vocês a Odin!". Assim, uma chuva de flechas [de Odin] mata Styrbjörn e seus homens. O nome "Vitorioso" do monarca Eric fora atribuído graças a essa vitória.




Eric roga a Odin antes da Batalha de Fýrisvellir.
Artista: Jenny Nyström




Styrbjörn é carregado depois da Batalha de Fýrisvellir.
Artista: Mårten Eskil Winge (1888)



Fonte:

Styrbjarnar kappa

The Tale Of Styrbjorn



Sugestão de leitura:



[Religião Nórdica Antiga sob perspectivas a longo prazo - Origens, Mudanças e Interações]



Autores: Anders Andrén, Kristina Jennbert, Catharina Raudvere
Editora: Lund: Nordic Academic Press, 2006
Disponível apenas em inglês.

Fruto de uma conferência internacional em Lund, Suécia (junho 3-7, 2004), o livro consiste em mais de 70 artigos produzidos por acadêmicos focados em religião nórdica pré-cristã. Os artigos abordam assuntos como arqueologia, história da arte, arqueologia histórica, história, história das ideias, história teológica, literatura, onomásticos, línguas escandinavas e estudos escandinavos. A obra também faz referência ao conto de Styrbjörn.